A calmaria antes da tempestade(Cap.1)

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NUMA FLORESTA DE NOITE. Ryuzei correndo pela floresta enquanto vê clarões no céu, como se fossem trovões, mas mudam de direção e fazem um som como se fossem uma grande fera.

NARRADOR Por mais de 100 anos, uma criatura aparece de tempos em tempos nos céus.

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Ryuzei continua perseguindo com dificuldade a criatura, mas do nada os clarões param num ponto e ficam mais forte. NARRADOR Essa criatura nunca foi vista. Só seu som estrondoso faz tremer as terras abaixo de seu domínio. Seu nome...

Um grande raio, como uma rajada de energia azul desce dos céus e atinge a floresta, longe de onde Ryuzei estava, Ele vai até o local.

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Ryuzei vai até o local e encontra uma imensa cratera e se surprende com o estrago. NARRADOR Tenokami, o Deus do Céu. RYUZEI Está de brincadeira!? Ele houve um choro que parece vir do meio da cratera. Ele segue o choro até o centro da depressão.

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Chegando lá ele fica com uma cara de "Inacreditável!" e vê um bebê chorando pelado. Ele olha para os lados e olha para o outro e pega o bebê.

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PÁG. 5 Essa página é toda como se fosse uma imagem do bebê sendo levantado por Ryuzei, que para de chorar e abre os olhos.

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Mostra nas costas do bebê a marca de poder de Kiryu.

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CAPA

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NUM BOSQUE A TARDE

Aparece 16 anos depois. Kiryu e Ryuzei andando por uma estrada que corta um bosque. KIRYU Temos que achar serviço logo, estamos quase sem dinheiro. (Cara de preocupado)

RYUZEI E você acha que é culpa de quem? Teriamos ganho uma boa recompensa por aquele Oniyama! (Ryuzei meio que dando um esporro no Kiryu)

KIRYU Foram aqueles idiotas que começaram. Mas o que não entendo é você se interessar por eles.

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Ryuzei começa a explicar sobre o Byakko: RYUZEI Pelo que eu entendi, eles disseram fazer parte da Byakko. Um grupo de elite que servia ao império para resolver questões relacionadas as feras. Só grandes guerreiros podiam fazer parte desse batalhão.

Ryuzei dá um discreto sorriso e Kiryu não consegue entender o porquê. RYUZEI (CONT.) Há muito tempo conheci um deles no qual me ajudou a entender certas coisas. Se tem uma chance de encontrá-lo, não posso perder essa oportunidade.

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9 KIRYU E o que aconteceu com eles? Você nunca falou disso comigo. RYUZEI O atual imperador dissolveu o grupo. Não entendo a razão. Agora tem boatos que eles viraram um bando de rebeldes que agem contra o império. Quero saber mais a fundo.

KIRYU Essa história tem cheiro de problema. E eu odeio problemas. (cara de frustrado) RYUZEI Hahaha! Tem problemas que simplesmente chamam a gente. Eles ouvem um grito de mulher em apuros.

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Uma cobra gigante de duas cabeças (20 metros de comprimento, 1,80 m de largura) está atacando uma mulher com uma criança. Uma das cabeças está engolindo um homem, que só aparece o braço de fora.

CRIANÇA (MENINA) Papai!

Depois de terminar de engolir, a cobra vai pra cima da mulher com a criança. A criança fecha os olhos com medo.

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Ryuzei aparece rapidamente por trás da mulher e usando seu braço de espinhos, corta pela metade uma das cabeças da cobra na altura da mandíbula, espalhando bastante sangue. A outra cabeça se preparava pra atacar Ryuzei só que Kiryu aparece por cima dela. E prepara um de seus golpes especiais, saindo como se fosse uma fumacinha azul de seu punho.

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PÁG.11 Kiryu grita o nome do golpe.

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KIRYU KAMAKIRI! Ele afunda com um soco coberto pela energia azul a cabeça da cobra no chão, esmagando-a e espalha mais sangue. A mulher olha assustada para ambos e a menininha aponta para a cobra morta e diz com cara chorosa. CRIANÇA Papai...

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Ryuzei vê que tem um volume na barriga da cobra e pega uma faca na sua cintura para abrir ela. Quando a abre, o homem devorado sai, mas ele está morto e desfigurado, como se estivesse com sua pele derretida.

Ryuzei olha para o lado com cara de lamentação, enquanto ouve os choros da mãe e da filha gritando "Papai". Esta cena tem que ser pesada e grotesca.

Kiryu fica frustado e cerra seus punhos. KIRYU Droga... (ele fala baixinho)

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NOITE, UMA FOGUEIRA LEVANTADA NO BOSQUE. Kiryu está deitado olhando para as estrelas enquanto Ryuzei está assando uns coelhos que eles caçaram anteriormente. Kiryu está pensativo. KIRYU Sabe velho, por que as coisas morrem? RYUZEI Um tipo de pergunta que você não costuma fazer. (responde sério) Ryuzei mexe nos coelhos com uma expressão séria. RYUZEI (CONT.) A morte continua sendo um dos maiores mistérios desse mundo.

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(ele está com o olhar fixo no fogo)

Kiryu está olhando para o céu estrelado. RYUZEI (CONT.) Mas acho que a pergunta certa a se fazer é por que as coisas vivem. Determinar o sentido da existência.

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Corta para os coelhos sendo assados. RYUZEI Como esses coelhos que viveram para se tornarem nosso jantar nesta bela noite.

Kiryu ainda está olhando para as estrelas. KIRYU Então por que nós estamos vivos? Nosso trabalho exige arriscar nossas vidas sem saber o que pode acontecer. Sem saber como será o futuro.

Ryuzei entrega um dos coelhos no espetinho para Kiryu.

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Ryuzei aparece deitado ao lado de Kiryu. Ambos comendo os coelhos e olhando o céu. RYUZEI Saber o que vai acontecer não é importante. O que fazer com o que o momento te dá. Isso é o que define quem somos. Observar um céu tão bonito como esse. Ver a beleza por trás de tanto horror.

Mostra um grande céu estrelado com os dois deitados.

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PÁG.16 Ryuzei já está de pé, mas Kiryu permanece deitado.

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RYUZEI Amanhã cedo estaremos pegando a estrada principal para Ashi. Ryuzei pega seu livrinho antigo. KIRYU Você tá ficando cada vez mais dependente desse livro velho, sua cabeça tá ficando esquecida, he he he. (ele fala tirando sarro) Ryuzei pega nas orelhas de Kiryu

RYUZEI Quem é o velho?! KIRYU Ai ai ai!!! Não te chamei de velho! (Cara de dor)

RYUZEI Toda minha experiência como caçador está registrado aqui. Consultar ele pode, as vezes, nos tirar de enrascadas.

Kiryu fala ao fundo com cara de suspeito: KIRYU Mas só entramos em enrascadas... (fala para si mesmo)

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Ryuzei consuta seu livro. RYUZEI De acordo com ele, chegaremos em Ashi em 2 dias seguindo pela estrada. Tomara que não seja tarde. Amanhã cedo voltaremos para ao nosso rumo.

Kiryu faz uma expressão de quem entendeu e vira-se para dormir. Ryuzei olha para ele com uma cara serena e depois volta-se para seu livro.

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RYUZEI (CONT.) Nunca é tarde para perseguir velhos sonhos. (Fala isso com um leve sorriso)

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MANHÃ, BEM CEDO, BOSQUE Kiryu está levantando com bastante dificuldade por ser cedo. Depois de um bocejo ele fica de pé. KIRYU Preciso de um canto pra mijar. (Balão de pensamento) Ele vai mais ao fundo do bosque e encontra uma pedra de altura considerável. Ele começa a mijar na pedra e faz uma cara de alívio.

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Ele levanta sua calça e se vira para voltar ao acampamento, ainda com cara de sono. Ele estando virado de costas para a pedra sente um tremor e sua expressão fica desperta.

A pedra atrás dele levanta (ele ainda está de costa). Quando ele se vira uma grande sombra o cobre.

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Página inteira mostrando num ângulo inferior para superior o Golem de pedra (30 - 35m) em pé e Kiryu olhando para ele com expressão de espanto.

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O golem fala de maneira iponente. GOLEM Você ousa me desrespeitar?! (Sua fala é grotesca)

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KIRYU Foi sem querer... (Ele demonstra estar nervoso e sem graça) O Golem levanta seu pé para esmagar Kiryu. Ele faz cara de "fudeu e muito".

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Meia página com o Golem pisando e destruíndo tudo ao redor e Kiryu desvia pulando pra frente. GOLEM NINGUÉM URINA EM MIM! Ryuzei acorda rapidamente com o tremor. RYUZEI Mas o que foi isso!? Ele vai verificar o que aconteceu.

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Kiryu ainda está correndo desesperado. O Golem se prepara para dar outro pisão e Kiryu só vê a sombra do gigantesco pé se aproximando e que ia esmagá-lo até que uma mão o empurra nas costas. Kiryu faz cara de surpreso e olha para trás.

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Ryuzei, aquele que empurrou o Kiryu, olha para ele com uma cara serena e um leve sorriso. Kiryu arregá-la seus olhos de espanto. RYUZEI Filho tolo... O Golem esmaga Ryuzei com força e o impacto joga Kiryu para longe.

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PÁG.25 Kiryu levanta. Sem mostrar seu rosto, uma fumaça azul está emanando de seu corpo em grande quantidade. Seu cabelo começa a ganhar uma coloração azul, da mesma cor da

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fumaça. Suas costas brilham com sua marca.

Kiryu grita. KIRYU AAARGH!!! (Seus olhos também estão totalmente azuis, e sua expressão é pura raiva)

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Kiryu pula como uma raio na direção do Golem e atravessa seu peito, o destroçando. Deve ser uma página dando destaque no impacto do golpe.

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O Golem cai com um grande estrondo. Kiryu volta ao normal e desmaia soltando uma palavra. KIRYU Pai... Seus olhos fecham.

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FIM DE TARDE, NUMA CLAREIRA COM UMA GRANDE ÁRVORE Kiryu está parado diante de um túmulo improvisado feito em pedra e escrito com sangue o nome Ryuzei Onagi. Kiryu está segurando o livro de anotações de Ryuzei. KIRYU Não sobrou nada. Tudo que restou de você foi esse livro... (Foca no livro segurado) Você se foi e não sobrou nada! Kiryu joga o livro no chão com força.

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PÁG.29 Kiryu está ajoelhado, com um tom de arrasado.

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Ele olha para o livro e percebe que na contracapa tem uma página dobrada e colada no livro, como uma carta oculta. Ele pega o livro e retira essa página. Kiryu começa a ler e Ryuzei aparece em seu lado, como se ele tivesse ali falando com Kiryu o conteúdo da carta.

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31 RYUZEI Uma lista de velhos desejos. Eu queria ter a oportunidade de realizá-los antes de morrer.

Ryuzei começa a gargalhar. RYUZEI (CONT.) Hahaha! Mas uma coisa aconteceu e não pude correr atrás desses sonhos. Essa "coisa" anda comigo e me acompanha nessa minha vida de caçador.

Kiryu aperta a carta com força. RYUZEI (CONT.) Por causa dele, eu consegui realizar pelo menos um desejo. Agora só faltam nove.

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Ryuzei faz uma breve pausa e coloca sua mão na cabeça de Kiryu. Meia página mostra o rosto de Kiryu em primeiro plano chorando (parecido com o plano de seu rosto no capítulo prévia). Tem uma fala de Ryuzei nesse quadro.

RYUZEI O desejo de ter um filho da qual me orgulhe.

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PÁG.32 NA ESTRADA PRINCIPAL, PELA MANHÃ, SEGUIDO POR UM RIACHO Kiryu segue pela estrada e ao longe ele vê uma carroça puxada por um boi vindo atrás dele. Um camponês para do seu lado e pergunta.

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CAMPONÊS Você parece estar indo para a vila Ashi seguindo por essa estrada garoto. Gostaria de uma carona?

Kiryu só afirma com um aceno de cabeça.

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Kiryu permanece calado sentado ao lado do camponês. Meio sem graça, o camponês começa a puxar papo. CAMPONÊS As estradas andam perigosas para quem anda sozinho por aí. Posso saber por que você está indo para Ashi?

Sem olhar diretamente para o camponês, Kiryu responde seriamente. KIRYU Tenho uma coisa para fazer lá. Pretendo terminar o mais rápido possível e assim partir para próxima tarefa.

CAMPONÊS Tarefa? Algum tipo de trabalho? Kiryu não responde.

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PÁG.34 Começa

35 a chover e Kiryu olha para o céu. CAMPONÊS Parece que vem uma tempestade a caminho...

Ainda olhando para o céu, Kiryu expressa um leve sorriso. KIRYU Sim, e uma das grandes. Observação do narrador: A tempestade marca o início de sua jornada!

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