Estudo de 1 e 2 epístolas aos tessalonicenses

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Estudo 45 - Epístolas Primeira e Segunda aos Tessalonicenses A certeza da ressurreição Texto bíblico - 1Tessalonicenses 1 a 5; 2Tessalonicenses 1 a 3

Texto áureo - 1Ts 4.13

"Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança." Introdução O estudo das cartas aos tessalonicenses vai-nos levar a vislumbrar um modelo de igreja para os tempos primitivos do evangelho. É impressionante verificar como, diante do paganismo helênico que grassava em toda a Acaia, com sua mitologia milenar, aquela igreja, que tão pouco tempo teve de dedicação do ministério do apóstolo Paulo, conseguiu sobreviver e transformar-se num modelo para as demais igrejas, segundo juízo dele mesmo, e ainda, num motivo permanente de ação de graças para o apóstolo. Tessalônica era uma cidade que ficava a meio caminho entre a Macedônia e a Grécia. Chegou a ser durante algum tempo a capital da província romana macedônica. Era passagem obrigatória para quem vinha da Macedônia, como Paulo que saíra de Filipos e se dirigia para as cidades gregas de Atenas e Corinto, por certo, caminhando pela Via Inácia, a estrada que ligava as principais cidades da península balcânica ao sul. Em face de sua excelente localização, servia de valioso centro geográfico de onde o evangelho poderia ser disseminado tanto para o norte como para o sul. Cícero, (Séc I a.C), o grande tribuno romano, chegou a descrevê-la num dos seus escritos como “situada no seio de nosso domínio”. Por certo, embora contasse com uma boa colônia de judeus, a igreja primitiva dali compunha-se basicamente de gentios pagãos que tinham abandonado os ídolos do paganismo para seguirem a fé cristã que Paulo pregava. Há vários trechos dos conselhos de Paulo, que, tanto na primeira, quanto na segunda cartas, torna isto evidente, pois são conselhos para pessoas que não estavam presas ao legalismo judaico, pode-se perceber. Há mesmo um comentarista que, dado o teor das cartas, aponta que a primeira foi escrita mais especificamente para esses crentes convertidos do paganismo, enquanto a segunda já poderia ter sido escrita para os judeus ali convertidos. Realmente a igreja que se constituíra ali deveria ser formada por pessoas que tinham passado mesmo por uma experiência de transformação. É interessante observar que, quando Paulo fala sobre o modelo em que eles tinham se tornado aponta exatamente para isto: “De sorte que vos tornaste modelo para todos os crentes na Macedônia e Acaia” (1Ts 1.7). Ou seja, não era a igreja que serviria de modelo, mas sim os crentes daquela igreja é que serviriam de modelo para os crentes de toda a região. Outro aspecto a denotar o caráter diferente dos crentes em Tessalônica é o fato de Paulo ter tido como tema principal nessas duas cartas, a questão da ressurreição e da volta do Senhor Jesus. Em outras cartas de maior impacto e volume, Paulo não se preocupa tanto com esta realidade futura da vida cristã. Algo nos crentes em Tessalônica o despertou para esta necessidade. Talvez, a intensidade com que vivessem o cristianismo os fizesse aspirar logo pela volta de Cristo. I - Dados históricos e preliminares A passagem de Paulo pela cidade de Tessalônica, na sua segunda viagem missionária, foi muito acidentada, ocorrendo em torno dos anos 50/52 d.C. Primeiro, ele e Silas já vinham de uma situação ABLpL - Estudo 45 - Epístola Primeira e Segunda aos Tessalonicenses - Criado em 05/11/17 14:24 ------------------ (05/11/2017) Página 1 de 5

muito delicada em Filipos, onde foram encarcerados, sofreram açoites, e soltos depois de um terremoto que abalou as portas da cadeia. Passaram rapidamente por Anfípolis e Apolônia e chegaram então a Tessalônica, numa viagem de cerca de 160 quilômetros, aproximadamente, onde os esperava então um novo conflito, conforme lemos em Atos 17. Desta feita, o conflito foi armado por seus compatriotas judeus, que, vendo os gregos aceitarem a mensagem da salvação em Cristo, que eles legalistas não aceitavam, incitaram as autoridades romanas contra Paulo e Silas, atribuindo mentirosamente à pregação de Paulo, uma fundamentação política, pois pregava o nome de Jesus como Senhor e Rei, o que seria uma afronta a César. A passagem de ambos então pela cidade, talvez até com a presença de Timóteo também, foi muito rápida, pois a perseguição se fez, e eles, por motivo de precaução, seguiram viagem para a Beréia. Talvez, por isso mesmo, o pouco tempo que ficou na cidade (duas semanas, sugerem), é que Paulo vai logo escrever esta primeira carta, ainda mesmo no transcorrer da segunda viagem quando se encontrava em Corinto, supõem os comentaristas, fazendo com que esta carta seja então, pela cronologia bíblica, uma das primeiras escritas pelo apóstolo, talvez só ultrapassada mesmo pela carta aos gálatas. Já a segunda carta, foi escrita bem pouco tempo depois da primeira. Para os melhores comentaristas, tanto a primeira, que deve ter sido preparada em torno de 50/51 d.C., quanto a segunda, talvez ao final do ano 52 d.C., enquanto o apóstolo permanecia em Corinto por 18 meses pregando o evangelho (At.18.11). Supõem eles que a primeira deve ter sido escrita logo no início de sua estada em Corinto enquanto a segunda, ao final do período de um ano e meio em que lá permaneceu. II - Esboço básico do livro - Sua divisão Ambas as cartas são pequenas em seus 5 e 3 capítulos respectivamente, tendo a primeira, 89 versículos e a segunda, apenas 47 versículos. Por isso mesmo, são muito objetivas, facilitando a divisão de seu conteúdo de forma didática e prática: 1Tessalonicenses

2Tessalonicenses

1. Saudação, ação de graças e elogio – 1.1-10; 2. A exposição sobre o seu ministério em Tessalônica – 2.1-16; 3. O desejo de voltar à igreja – 2.17 a 3.13; 4. Exortação à vida em santidade – 4.1-12; 5. A ressurreição dos mortos e a volta de Cristo - 4.13 a 5.11; 6. Recomendações e despedidas – 5.12-28

1. Saudação e votos de bênção – 1.1-2; 2. A firmeza da igreja é elogiada. Ação de graças – 1.3-12; 3. A volta de Cristo. Os tempos do fim. O antiCristo – 2.1-17; 4. Exortações diversas – 3.1-6; 5. A defesa de seu ministério – 3.7-15; 6. Saudações finais – 3.16-18.

III – A visão global do texto É muito significativo o fato de Paulo escrever em suas duas cartas aos tessalonicenses, sobre dois temas apenas. Sim, examinando ambos os textos verificaremos que, o apóstolo se detém em análise sobre dois assuntos centrais: santidade e ressurreição. Nas cartas maiores como aos romanos, aos coríntios, aos efésios e aos gálatas, os assuntos são vários, em função, cremos, da diversidade de situações que o apóstolo vislumbrava em cada uma dessas igrejas. Os crentes em Tessalônica, seriam de tal forma dedicados e consagrados que o apóstolo, por certo, não via necessidade de expor outros temas. Eles deviam viver de tal forma a vida cristã que Paulo considerou necessário falar-lhes apenas do nível de santidade em que viviam, e em conseqüência disto, da ressurreição a que faziam jus. IV - Os pontos principais em destaque Nesse item, vamos contextualizar mais o mesmo tema, dada a sua maior importância para o nosso viver cristão: - a busca pela santidade e pela convivência em amor, no entanto, agora, de acordo com a primeira carta. Infelizmente, um dos aspectos mais preocupantes da vida cristã hoje, é a pressão que os valores mundanos faz sobre o crente no dia-a-dia. Para viver de maneira autêntica e não imposta pelo mundo com seus costumes temos que saber avaliar devidamente as influências que estão ao nosso redor. ABLpL - Estudo 45 - Epístola Primeira e Segunda aos Tessalonicenses - Criado em 05/11/17 14:24 ------------------ (05/11/2017) Página 2 de 5

4.1 – Ponderando as influências: Essas, podem ser boas ou más. Positivas ou negativas. Temos que avaliá-las cuidadosamente para que não sejamos indevidamente envolvidos por elas. Temos a influência do nosso lar... dos nossos familiares e irmãos da igreja... dos nossos colegas de profissão ou lazer... dos programas que vemos ou assistimos... e tudo isto irá fazendo um somatório de idéias e pensamentos que, muitas vezes, ficamos sem saber a quem ouvir ou seguir em nossos passos. Logicamente, se como crentes queremos formar uma mente própria, ou seja, ter uma vida autêntica para saber como enfrentar o mundo e nele conviver de maneira positiva e dinâmica, temos que ver a diferença entre umas e outras e decidir por aquelas que melhor nos conduzirão a uma vida plena de realizações e de ações produtivas para todos os que estão ao nosso redor. Paulo aconselhando os tessalonicenses sobre isto orou: “O Senhor vos faça crescer... e confirmar os corações”. Sim, vida cristã autêntica e segura é o que o Senhor Deus espera de nós. 4.2 – Escolhendo o modelo: Tessalônica era uma cidade com muita influência negativa e perniciosa. Por ser a capital da província romana na Macedônia, possuía todo tipo de influência, especialmente aquelas que diziam respeito à vida libertina e aos cultos pagãos mais pecaminosos possíveis. Foi nesta cidade que Paulo esteve e pregou o Evangelho, mas teve que deixá-la logo, pois foi perseguido. Alguns comentaristas dizem que Paulo não ficou lá nem duas semanas. Pois bem, mesmo assim, os crentes que ali ficaram, diante de tanta influência negativa presente, escolheram bem o modelo que o apóstolo lhes deixou, a ponto dele escrever mais tarde para aquela igreja: “Vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor”. Vejam que coisa magnífica, entre tantas influências negativas eles escolheram como modelo para suas vidas, a vida do apóstolo e a vida de Cristo. A quem estamos escolhendo como modelo? 4.3 – Vivendo o Evangelho: Sim, depois de escolhido o modelo, eles simplesmente viveram de acordo com o modelo. Ou seja, suas vidas estavam de tal maneira identificadas com o modelo escolhido, que a partir daquele momento passaram a viver como o modelo lhes indicava. O apóstolo escrevendo para eles afirmou: “Partindo de vós fez-se ouvir a palavra do Senhor... a vossa fé se divulgou... como vos converterdes dos ídolos a Deus para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro”. Os crentes em Tessalônica, tendo escolhido o modelo certo, viveram como o modelo lhes determinava. Por isso eram reconhecidos no mundo como aqueles que viviam o Evangelho. Quando você, consegue se livrar das influências do mundo, e escolher o seu modelo segundo a Bíblia, você passa a viver o Evangelho no seu dia-a-dia e isto o distingue em meio aos demais que estão ao seu redor. 4.4 – Tornando-se modelo então: Naturalmente, em assim vivendo, você passa de modelado a modelo. Ou seja, você deixa de ter sido apenas modelado pela Bíblia, para se tornar um modelo para aqueles que estão ao seu redor. Foi isto que aconteceu com os tessalonicenses. De tal maneira viviam o Evangelho, que se tornaram em modelos de vida cristã para o mundo da época. Paulo escrevendo a eles mais tarde, registrou: “De sorte que vos tornaste modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia”. A vida cristã que eles viviam era um exemplo para todos os novos crentes. Todos esses queriam viver como os crentes em Tessalônica. Por que? Simplesmente porque vivendo de acordo com a vontade de Deus, eram abençoados e promissores em seus trabalhos e planos. Será que a minha vida cristã pode ser modelo para os meus amigos e parentes? V - Sua contextualização Nesse item, vamos destacar então um dos temas principais das cartas: a busca pela santidade e pela convivência em amor, de acordo com a segunda carta. A grande busca para o crente maduro e experimentado é saber, efetivamente, o que fazer na vida e da vida. Não importando a idade, todos nós crentes devemos estar sempre começando a formar um novo futuro, melhor e mais produtivo para nossa vida cristã. Tudo porque já passamos de alguma forma está somado para o que seremos amanhã. Experiências positivas e negativas, se bem tratadas em nossas mentes cristãs poderão redundar em uma vida feliz e produtiva amanhã se soubermos agora, o que fazer delas. Paulo vai aconselhar aos crentes em Tessalônica sobre este processo: o de chegarmos ao objetivo maior de segurança e maturidade na vida cristã que é o desfrutar do sentimento de convicção de que sabemos o que fazer de nossos dias.

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5.1 - Encaminhados por Deus: Sim, o primeiro passo a ser dado por aquele que busca trilhar com segurança o que tem por realizar na vida, seja na carreira que vai almejar, na profissão que pratica, na vida familiar que desenvolve ou nas amizades que vai formar, é ser encaminhado por Deus nisto tudo. Isto é, a decisão não é sua apenas. Deus faz parte deste processo. Em oração nós devemos consultá-lo sobre o que ele pretende para a nossa vida. Vamos colocar diante dele os nossos dilemas e incertezas. Vamos perguntar-lhe o que ele acha melhor para o nosso viver. Paulo escrevendo aos tessalonicenses nos ensina sobre isto: “O Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus e na constância de Cristo”. O que o apóstolo nos ensina aí, é que se em tudo em nossa vida formos encaminhados por Deus, Cristo estará conosco e nos ajudará em toda a carreira. Para saber o que fazer na vida, o primeiro passo é este: Ser encaminhado por Deus. 5.2 - Escolhendo o seu ambiente: Paulo continua sua orientação aos crentes em Tessalônica e nos fala agora de algo essencial se quisermos saber o que fazer em nosso cotidiano: “Mandamo-vos, irmãos... que vos aparteis de todo irmão que anda desordenadamente”. O que o apóstolo nos está ensinando é que devemos saber escolher o nosso ambiente de vivência cristã. O desordenado, aquele que não trabalhava e queria viver sem compromissos com a sua família, com o seu serviço e com a sua igreja, não era uma boa companhia para o crente. Ele deveria escolher o seu ambiente de forma que más companhias não estivessem presentes ali, referindo-se o apóstolo àqueles que sendo maus elementos poderiam ser influência negativa na melhor formação do crente. Se eu quero saber o que fazer em minha vida, devo selecionar ambientes nobres e positivos para ali viver, de forma a ser modelo nele e também, caso aprovado, a ser modelado por ele. 5.3 – Imitando o melhor exemplo: A Bíblia deixa claro para nós que a imitação, procedimento que pode ser um problema para a vida cristã, será sempre algo positivo quando for feita tendo como referência um modelo santo e justo. Paulo, vai-se apontar inclusive como modelo para os tessalonicenses: “Vós mesmos sabeis como deveis imitar-nos”. Tendo ele plena consciência de que seu ministério havia sido exercido com honestidade e santidade entre os crentes em Tessalônica, ele não se sentia constrangido em apontar-se a si mesmo como modelo para os crentes dali. Este deve ser o nosso cuidado: saber escolher com cuidado e avaliação criteriosa, segundo o crivo de Deus, os tipos ou pessoas que servirão ou não como os modelos a serem por nós buscados. 5.4 – Vivendo em harmonia: Encaminhados por Deus em todas as nossas decisões e atitudes a tomar na vida... Escolhendo nossos ambientes com cuidado, para não sermos corrompidos pelas más companhias... Procurando ter como referência sempre o melhor exemplo... Estaremos trilhando o melhor caminho da vida cristã, sabendo sempre o que fazer, diante da tentação ou da provação, diante da fortuna ou da pobreza, diante da felicidade ou da infelicidade. Porque ele sempre estará conosco em todos esses momentos. Os crentes em Tessalônica nem precisavam ser instruídos nisto, pois Paulo os tinha em muito boa conta: “Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que se vos escreva, visto que vós mesmos sois instruídos por Deus a vos amardes uns aos outros”. – Será que ele diria o mesmo a nosso respeito? Conclusão Esta interrogação final deve-me levar a pensar. O que eu fiz ou pensei ontem, ou na semana passada, ou ainda hoje pela manhã foi algo que deva ser modelo para os meus amigos no colégio, no trabalho, na igreja?... Sim, modelos de atitudes e pensamentos santos e positivos? Modelos de caráter? Que cada um de nós responda a Deus, colocando o nosso ser para se tornar modelo moldado por ele. "Olho" Os crentes em Tessalônica, seriam de tal forma dedicados e consagrados que o apóstolo, por certo, não via necessidade de expor outros temas. Eles deviam viver de tal forma a vida cristã que Paulo considerou necessário falar-lhes apenas do nível de santidade em que viviam, e em conseqüência disto, da ressurreição a que faziam jus Leituras diárias:

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Segunda 1Ts 1

Terça 1Ts 2

Quarta 1Ts 3

Quinta 1Ts 4

Sexta 1Ts 5 e 6

Sábado 2Ts 1 e 2

Domingo 2Ts 3

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